O novo modelo de trabalho e as tendências para as viagens corporativas
Agente, você já trabalha com turismo corporativo na sua agência de viagens?
Bom, é positivo falar e estudar sobre esse setor, visto que ele apresenta vantagens interessantes, como:
- Recorrência de compras: esse tipo de venda acontece de forma regular.
- É um mercado dinâmico: o que pode ser um ponto positivo para quem gosta de buscar inovação sempre.
- Necessidade de profissionalismo e especialização: o profissional dessa área tem a oportunidade de se tornar um especialista e, com isso, se diferenciar.
- Venda de lazer no corporativo: você pode ampliar a sua carteira de clientes, oferecendo viagens de lazer ao público corporativo.
Então, se você já trabalha com esse nicho de serviço ou quer começar, esse conteúdo vai te apresentar tendências do mercado no pós-pandemia. Continue lendo!
Tendências do mercado corporativo
Quatro tendências (para o ano de 2020/2021) foram apresentadas em congressos da Association of Corporate Travel Executives.
Essas tendências funcionam mais como pilares. Isso porque sustentam uma “nova” fase no turismo corporativo, que sempre teve um papel importante na economia do nosso país.
E quais são esses pilares?
- Análise diferenciada de dados;
- Inovações da indústria;
- Foco no viajante (no cliente);
- Desenvolvimento profissional.
No livro “Viagens de negócios: que negócio é esse?”, da autora Viviânne Martins, nós encontramos definições acerca dos temas trazidos acima.
Vamos entender, agora, cada ponto de forma detalhada!
Smart data
Começando pela análise de dados, o livro defende o conceito de smart data (dados inteligentes).
E o que esse termo significa? O smart data fornece informações com maior eficiência, permitindo que ações estratégicas e de planejamento sejam colocadas em prática.
O ponto crucial, aqui, é ser capaz de entregar a informação certa para a pessoa que precisa dela. A autora Martins explica isso:
“[…] as informações que interessam ao chefe do viajante podem não ser valiosas ao comprador de viagens e eventos, e vice-versa. O chefe do viajante quer saber se os valores das viagens estão dentro do budget de seu centro de custo, se a relação custo-benefício está sendo aplicada, etc. Já o comprador precisa de uma análise que apresente indicadores de performance”.
Portanto, cabe à agência ter uma percepção de quais dados são importantes para cada área e perfil de cliente. Mas para isso, o foco precisa estar no comprador.
Esse é o terceiro ponto que eu apresentei anteriormente.
E é importante ressaltar que ter foco no cliente está interligado com entender necessidades. Ou seja:
- Quais informações são importantes para o seu cliente.
- Que tipo de sugestão pode melhorar a experiência dele (seja de compra ou durante a viagem em si).
- Que tipo de consultoria a sua agência pode prestar.
Tudo isso caminha lado a lado com a gestão de dados!
Todas as empresas podem usufruir da gestão de dados
Fernando Santos, proprietário da Conextravel, comentou em sua live com a Monde que gestão de dados é um conceito que precisa estar presente em todas as agências. Afinal, se você não tiver os dados dos seus clientes em mãos, o concorrente vai ter.
Isso é uma questão de negócio, puramente.
Ele disse, ainda, que aproveitou o cenário da pandemia para fazer análises dos comportamentos de compra dos seus clientes mais antigos.
Dessa forma, conseguiu descobrir picos de sazonalidade, passando a entrar em contato com as empresas nos momentos certos, sem incomodar.
Porém, além de usar os dados para propósitos de melhoria da experiência de quem compra, ter em mãos informações sobre os seus clientes cria oportunidades de se diferenciar da internet, entrando em uma área de consultoria e gestão para empresas.
O que eu quero dizer é que se a sua agência é capaz de apresentar os números que são importantes para cada tipo de negócio (comprador), bem como sugestões de melhoria, ela está prestando uma consultoria.
E é essencial ter um sistema de gestão para conseguir esses números.
Pois “alimentando” o sistema com as movimentações da sua agência, você ganha o poder de estudar dados para transformá-los em conhecimento.
Maurício Ruiz, presidente da Intel Brasil, disse em uma entrevista que “os dados são o novo petróleo e nós já temos a tecnologia para refiná-los”.
Se a sua agência ainda não chegou nesse patamar de gestão de dados, vale estudar maneiras de avançar.
Inovação do corporativo
O retorno das atuações do setor corporativo já será, por si só, uma forma de mostrar inovação, já que os acontecimentos da pandemia de covid-19 impulsionaram muitas agências a buscarem novos públicos e soluções.
O Ezio Athayde, da Tastur Viagens, comentou com a gente que enxerga uma retomada gradual do corporativo, principalmente com eventos híbridos, que irão reunir pessoas presencialmente, mas que também irão apresentar uma alternativa online.
E essa é, de fato, uma tendência mostrada por diversos especialistas.
Os agentes, portanto, precisarão ser capazes de identificar quais empresas estão demonstrando um forte segmento de viagens, dado que isso irá diminuir em alguns setores e crescer em outros.
Falando do crescimento na demanda de viagens, podemos citar:
- Eventos regionais menores e mais frequentes;
- Retiros com funcionários;
- Viagens para treinamento presencial (no caso de empresas que trabalham com o modelo remoto).
Enfim. Nós sabemos que o modelo de atuação home office pode criar essa demanda de novas viagens corporativas, já que muitos gestores querem investir em momentos “olho no olho”, reunindo a equipe em um local para reforçar a cultura da organização, aplicar treinamentos e ter momentos de descontração (por que não, né?) .
E não é difícil perceber que as pessoas sentem falta do contato humano. O isolamento (medida adotada durante a pandemia) e o modelo remoto de trabalho causam essa saudade de “ver gente”, que pode impactar muito o setor turístico de lazer, mas também o corporativo
E estou falando do conceito bleisure.
O que é bleisure?
Uma atuação que vai ficar mais constante no pós-pandemia é o turismo híbrido, ou seja, corporativo e lazer juntos. O nome disso é bleisure, união de business (negócio) com leisure (lazer).
O objetivo central continua sendo comercial e o lazer não pode atrapalhar os resultados, é claro.
No entanto, o que temos visto como tendência para a retomada, é a ação de estender a viagem por uns dias para curtir sem compromisso
Esse incentivo pode gerar resultados positivos em termos de produtividade, isso porque a viagem deixa de ser apenas uma obrigação e passa a ser a união dos dois momentos, trabalho e descanso.
As agências de viagens, então, podem aproveitar para atuar com os dois serviços, ajudando os clientes a criarem roteiros que aproveitem a ida ao destino.
Desenvolvimento profissional
Este último pilar não poderia ficar de fora: desenvolvimento profissional.
Em qualquer setor é importante ficar atento às mudanças e novidades, buscando melhoria contínua individual e coletiva.
No setor de turismo corporativo isso não é diferente. Portanto, procure participar de cursos, palestras e leia sobre o rumo que a sua profissão tem tomado devido aos últimos acontecimentos.
Nunca fique acomodado, ou como disseram alguns agentes conhecidos, “trabalhando na banguela”, sem pisar no freio de vez em quando para analisar se o seu negócio precisa de alguma transformação.
Conclusão
E aí, gostou do conteúdo? Espero que tenha sido útil para você.
Deixe suas dúvidas nos comentários e acompanhe os outros canais educativos da Monde. Até a próxima!
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